Comandante Jacques Yves Cousteau


 Comandante Jacques-Yves Cousteau
Nascimento
Morte
25 de junho de 1997 (87 anos)


Jacques Cousteau criou uma sociedade para proteger a vida no oceano, aquela que sempre o apaixonou. Escreveu, filmou e inventou meios para poder permanecer mais tempo e em melhores condições debaixo de água. Nomeadamente, inventou, em parceria com Emile Gagnan, o Aqua-Lung, um cilindro de ar portátil que os mergulhadores usam para respirar. Outra das suas façanhas foi provar que o homem, apesar de não ter guelras, podia vi­ ver debaixo de água. Construiu uma casa submarina, onde sua equipa viveu durante um mês a 100 metros de profundidade.
O pioneiro do mergulho moderno ocupou o papel principal na divulgação da instituição denominada La Spirotechnique, fundada em 1947, para desenvolver a patente do primeiro regulador do Aqua-Lung. Cousteau mostrou-nos o mundo submarino e, durante 50 anos, contribuiu para a descoberta e defesa dos oceanos, além de ter co-inventado a câmara subaquática.

O primeiro mergulho

Jacques-Yves Cousteau nasceu a 11 de Junho de 1910, em St. André de Cubzac (Gironde). Em 1930, foi admitido na Escola Naval, onde se tomou oficial Entre 1933 e 1935, partiu para o Extremo Oriente a bordo dos cruzadores Primauguet e Shangha. Cousteau estava a aprender a pilotar quando sofreu um acidente de viação muito grave que acabou com a sua carreira de aviador.
Em 1936, em Mourillon, perto de Toulon, Jacques tentou colocar pela primeira vez óculos de mergulho: foi a revelação. O mundo do silêncio sobre o qual ele tanto escreve­ ria e filmaria nunca mais o deixou de acompanhar. Com o engenheiro Emile Gagnan, inventou o escafandro autónomo, em 1943, e o mundo submarino abriu-se aos homens. Depois da guerra, o comandante criou com Philippe Tailliez e Frédéric Dumas um grupo de pesquisas submarinas com a finalidade de efectuarem experiências de mergulho e trabalhos de laboratório. Em 1950, recuperou o Calypso, um antigo navio draga­ minas. Modificado aos poucos e dotado de instrumentos de mergulho e de pesquisa científica, o Calypso foi transformado num navio oceanográfico. A grande aventura ia começar: nos 50 anos seguintes, as equipas Cousteau haveriam de explorar os mares e os grandes rios do Mundo inteiro.
Obcecado com as profundezas marinhas, Cousteau, de parceria com o engenheiro Jean Mollard, construiu a SP-350, posta em serviço em 1959. Este batiscafo de dois lugares foi utilizado até 350 metros de profundidade. Em 1965, dois batiscafos de um lugar cada foram construídos para des­ cerem a 500 metros de profundidade e baptizados com o nome de Pulgas do Mar. Mais tarde, Cousteau dirigiu três experiências envolvendo casas submarinas. O explorador francês inaugurou o estudo de um novo sistema complementar de propul­ são eólica e lançou um catamarã convertido, equipado com este sistema, o Moulin à Vent, em 1983. O sistema foi instalado no navio experimental Alcyone, que é hoje utilizado para filmes e explorações. Calypso II, o navio ecológico que mantém o espírito do seu homónimo, também foi equipado com este sistema.

Prémios

Desde 1944, o comandante Cousteau realizou mais de 70 documentários para a televisão e três belíssimas longas-metragens: O Mundo do Silêncio (premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes), O Mundo sem Sol (Óscar da Academia e Grande Prémio do Cinema Francês para a juventude) e Viagem ao Fim do Mundo.
Cousteau colaborou com vários autores para escrever mais de 50 livros editados numa dúzia de línguas. Entre os últimos, retenham-se As Baleias (1988), Madagáscar, a Ilha dos Espíritos (1995) e O Mundo dos Golfinhos (1995).
Títulos e Honrarias

Cavaleiro da Legião de Honra devido aos serviços prestados durante a Resistência (1939-1945), o comandante Cousteau foi promovido pelas suas acções científicas. Um dos raros membros estrangeiros da Academia de Ciências dos EUA, Jacques foi, durante três décadas, director do museu oceanográfico do Mónaco.
Entre várias distinções importantes, recebeu o prémio internacional do ambiente das Nações Unidas (juntamente com Sir Peter Scott); a medalha da Liberdade dos EUA; o prémio do Conselho Internacional da Academia Nacional das Artes e Ciências de Televisão. Igualmente distinguido pela National Geographic Society, Cousteau foi admitido na Academia Francesa em 1989.